Limite

LIMITES

Na educação utilizamos a palavra limites para nos referirmos a um conceito que devemos passar para os nossos filhos, nossas crianças, que não se afasta do seu significado, pois os limites ensinam as crianças que podemos ir até certo ponto, e não devemos passar dele, pois isso poderá prejudicar outra pessoa e até eles mesmos.
A criança que não aprende a ter limite cresce com uma deformação na percepção do outro. Só ela importa o seu querer, o seu bem-estar, o seu prazer. O egocentrismo, natural nos primeiros anos, mas que deve diminuir, nesses casos, nessa etapa, está exacerbado, só cresce. (ZAGURY, 2001, p. 43)
Há pouco tempo atrás, as crianças eram tratadas como seres indefessos, que necessitavam de muita atenção e que não podiam fazer nada sozinho, sempre tinham que estar junto com a mãe ou outro adulto e que somente poderiam dar sua opinião quando fosse perguntado a ela, “e olhe lá”, pois crianças “não tinham querer” precisavam escutar os adultos e obedecê-los sem mostrar nenhuma negatividade, se sua vontade fosse o contrário, pois se isso não ocorresse, provavelmente levaria “uma boa palmada”, o que hoje em dia não é a melhor solução.

Atualmente existem coisas que continuam iguais, as crianças, têm que serem protegidas, serem cuidadas, devemos sim ter muita atenção e não podemos deixá-las sozinhas, mas elas têm opiniões próprias, e devem expor estas sempre que necessário, devem ser ouvidas pelos adultos, e ai sim, entram as regra de convivência, pois além de saberem que estão sendo ouvidas, elas têm que saber, se o que querem, é possível ou não, se suas opiniões são coerentes ou se estão ultrapassando os limites das outras pessoas.

Os limites são elementos fundamentais para a educação de nossas crianças, pois eles mostram até onde vão os seus direitos e onde começam os direitos dos outros, ensinando as crianças a respeitarem regras de convivência. Mostrando que podemos fazer muitas coisas, mas também existem outras que não podem ser feitas.

Atualmente percebemos que a falta de limites nas crianças está muito presente, quem nunca viu uma criança fazer birras, chorando e gritando pelo simples fato de ser contrariado. Isso ocorre, pois a criança não sabe a fronteira até onde ela pode ir ou não naquele momento.

É importante que os pais e professores entendam que não adianta apenas dizer “não”, é necessário explicar o motivo pelo qual a criança não pode gritar, que não precisa chorar e que é conversando que as coisas se resolvem. Se simplesmente falarmos - não mexe no ventilador – sem explicar que se ele mexer vai machucar o dedo o “não” ficará sem sentido para a criança e será simplesmente uma palavra qualquer.

Temos que estabelecer limites para que as crianças aprendam a tolerar pequenas frustrações, o fato de saber ouvir um “não”, de entender que agora não pode jogar vídeo game, pois já é tarde e tem que dormir, saber que o irmão mais velho tem o mesmo direito de ter atenção do pai e da mãe tanto quanto ele, compreender que o colega vai ganhar primeiro o trabalho e ele ira ganhar também, mas depois, conseguir entender que terá dias que ele será o último da fila. Isso ajudará as crianças a serem adultos educados que saberão viver socialmente.
Saber discernir entre o que é uma necessidade dos filhos e o que é apenas desejo; (...) dar o exemplo (quem quer ter filhos que respeitem a lei e os homens tem de viver seu dia-a-dia dentro desses mesmos princípios — ainda que a sociedade não tenha apenas indivíduos que agem dessa forma)!!!!( ZAGURY, 2001, pag. 24)
O dito popular “faça o que digo e não faça o que eu faço” não pode ser utilizado na educação das crianças, pois nós educadores e os pais somos exemplos que as crianças se espelham e se fizermos as coisas erradas ou se não respeitarmos os limites dos demais, não poderemos exige que as crianças não ultrapassem os limites estabelecidos.

Educar é dar exemplo, se meu pai grita comigo, porque eu não poço gritar com ele? Se minha mãe mentiu para uma amiga, porque eu não poço mentir também? Se minha professora não cumpriu com o combinado, porque eu tenho que cumprir? Temos que dar exemplo para podermos cobrar o mesmo das crianças.
Um pai ou uma mãe que engole os próprios princípios e se cala a cada malcriação dá um atestado de que não se respeita, e os filhos entendem isso como um sinal para que não o respeitem também. (TIBA, 2002).
Muitas vezes compensamos nossos filhos pelo fato de acharmos que não damos a atenção que eles merecem, as crianças de hoje não podem se frustrar, não sabem ouvir “não” , não conseguem esperar e estão sempre insatisfeitos, é muito provável que no futuro essas crianças se tornem adultos com problemas sociais, não sabendo trabalhar em grupos etc.

Alem do mais os pais precisam falar a mesma língua, eles não podem discutir ou ficarem discordando das punições na frente dos filhos é preciso mostrar aos filhos que cada ato terá consequência e que a cada escolha terá um resultado positivo ou negativo